O governo federal anunciou dia 3 um pacote de investimentos para promover cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais até 2029, totalizando R$ 546,6 bilhões. Desse montante, R$ 296,3 bilhões serão provenientes do setor privado, enquanto R$ 250,2 bilhões serão disponibilizados em linhas de crédito pelo poder público.
Durante a cerimônia realizada no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou a criação do Programa Nacional de Pesquisa e Inovação para a Agricultura Familiar e Agroecologia (PNPIAF). O programa tem como objetivo incentivar a pesquisa e a inovação na agricultura familiar, com foco na transição agroecológica, preservação dos biomas e sustentabilidade dos agroecossistemas.
“O impulso é para uma indústria mais inovadora, mais verde e sustentável”, afirmou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, ao comentar os projetos apresentados.
Essas iniciativas estão alinhadas com a Missão 1 da Nova Indústria Brasil (NIB), lançada em janeiro deste ano. A NIB é uma política industrial com seis missões estratégicas voltadas à modernização, transição ecológica e ampliação da autonomia do parque industrial nacional, com metas estabelecidas até 2033. A Missão 1 prioriza áreas como agricultura de precisão, produção de drones, fertilizantes e biofertilizantes, além de fortalecer a fabricação nacional de máquinas agrícolas.
Cadeias agroindustriais
O Banco do Brasil agora integra o Plano Mais Produção (P+P), um braço financeiro da NIB, com aporte de R$ 101 bilhões, elevando os recursos totais disponíveis para a política industrial a R$ 507 bilhões. Outros bancos públicos, como BNDES, Caixa, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia, também participam com linhas de crédito específicas.
Entre os acordos firmados no evento, destaca-se a parceria entre o Ministério da Agricultura e Pecuária e a Petrobras para impulsionar a produção nacional de fertilizantes, incluindo modernização de fábricas, capacitação e desenvolvimento de tecnologias avançadas. O Banco do Nordeste assinou contrato de R$ 600 milhões com a empresa Inpasa para financiar uma fábrica de etanol de milho e sorgo no Maranhão, com um investimento total de R$ 1,3 bilhão.
A Finep também assinou dois contratos de R$ 250 milhões cada. Um deles com a Ouro Fino Saúde Animal, para desenvolver a primeira vacina mundial de dose única contra a doença de Glässer em suínos, e outro com a Lar Cooperativa Agroindustrial, para soluções tecnológicas no setor avícola.
Metas até 2033
Entre as metas da Missão 1 estão:
Elevar o crescimento do PIB da agroindústria para 3% ao ano até 2026 e 6% até 2033.
Aumentar a mecanização da agricultura familiar de 25% (2023) para 28% até 2026 e 35% até 2033.
Ampliar a tecnificação da agricultura familiar de 35% para 43% até 2026 e 66% até 2033.
Investimentos privados
Alckmin destacou que, até o momento, a NIB atraiu R$ 1,831 trilhão em investimentos privados. Os principais setores beneficiados incluem infraestrutura urbana (R$ 1,06 trilhão), tecnologia da informação (R$ 100,7 bilhões), agroindústria (R$ 296,3 bilhões) e setores como papel e celulose, aço, saúde e automotivo.
Com essas iniciativas, o governo busca consolidar o desenvolvimento de cadeias produtivas mais sustentáveis e tecnológicas, com impactos econômicos e sociais a longo prazo.Subscrições de notícias sobre finanças
(Com Agência Brasil).
Fonte: capitalist